A produção noticiosa das rádios comunitárias foi elencada como uma das principais responsáveis pela diminuição dos chamados “desertos de notícia” no Brasil. O estudo, denominado Atlas da Notícia e produzido pelo Instituto de Desenvolvimento do Jornalismo (Projor), detectou uma queda de 8,6% de municípios que não apresentam qualquer tipo de produção noticiosa local.
O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (9), evidenciou ainda que 271 cidades passaram a contar com pelo menos um veículo de comunicação local e outros 15 voltaram a ser considerados desertos. O Projor avalia que é a primeira vez, desde 2017, que o número de cidades com jornalismo local (2.858) é maior do que o de municípios sem veículos de comunicação. Além das emissoras comunitárias, o avanço dos meios digitais também é elencado como responsável pelo resultado positivo.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias - Abraço Brasil, Geremias dos Santos, esta é uma informação que só corrobora a relevância do serviço de radiodifusão comunitária no país. “Se, mesmo diante de condições tão precárias, nós aparecemos como corresponsáveis por um cenário mais favorável, imagina se tivéssemos um regramento que nos favorecesse um pouco mais. Cumpre lembrar ainda que mais de dois mil municípios aguardam uma concessão deste caráter”, ponderou.
A entidade vem, há anos, sendo protagonista nas lutas que envolvem a modificação da Lei 9.612/1998, que regulamenta a atuação das rádios comunitárias no Brasil. “A Abraço Brasil propôs ao governo Lula uma campanha para acabar com o analfabetismo, utilizando as rádios comunitárias como ferramenta para isso. Temos total convicção que se nossas demandas saírem do papel, os tais ‘desertos’ podem até sumir”, dimensionou.
Com informações da Agência Brasil.